ALERTA: Esse post contém gatilhos.
Um dia voltando do trabalho, eu fui assediada no ônibus.
Ele tinha aproximadamente a minha idade, na época uns 28 anos, cabelos loiros e cacheados, olhos claros e uma aliança de noivado. Nunca na minha vida vou esquecer do seu rosto. Graças a Deus nunca mais encontrei esse homem.
O ônibus não estava cheio, mas também não tinha mais lugar para sentar. Eu estava em pé mas com uma distância completamente confortável das demais pessoas. Até que em um momento ele começou a chegar perto de mim. No início não notei nada de anormal e apenas me afastei um pouco.
A cada freada do ônibus ele chegava mais perto. Ao mesmo tempo cada vez eu tentava me afastar um pouco mais. Eu estava visivelmente incomodada com a situação.
Em uma das freadas ele chegou ao ponto de colar na minha perna. Nessa hora senti algo estranho e olhei para baixo. Nisso vi seu pênis duro me encoxando.
Não consigo ter palavras para descrever o sentimento de nojo e de invasão que senti. A minha reação foi começar a gritar muito para ele se afastar de mim. Nisso, outras mulheres perceberam o que estava ocorrendo e começaram a gritar também.
Ele ficava apenas falando que não estava fazendo nada. No ponto de ônibus seguinte ele desceu. A história acabou aí, mas a sensação do toque dele em mim é algo que nunca foi embora. Acho que jamais irá.
A cada vez que lembro disso, penso na noiva dele e torço muito para que ela tenha se afastado dele.
Não foi a primeira vez que fui assediada. A outra foi tão mais intensa que eu ainda nem consigo falar abertamente sobre. Somente as pessoas mais próximas a mim sabem.
Não quero flores e nem parabéns pelo Dia das Mulheres.
Quero poder me livrar dessa sensação horrível que sinto a cada vez que revivo essas lembranças (no plural porque foram mais de uma).
Quero nunca mais passar por isso.
Mais ainda, quero que nenhuma mulher jamais passe por isso.
Não quero que a minha filha tenha esse medo… …