Se eu pudesse voltar atrás, nunca teria gasto meu dinheiro e muito menos o meu tempo com isso.
As consultoras de sono fazem um terror psicológico gigante dizendo que se o bebê não dormir ele não vai se desenvolver direito e não vai adquirir imunidade. Eu morria de medo de causar tanto mal ao meu filho por ser incapaz de ensiná-lo algo teoricamente tão básico: dormir. Elas mexem com o psicológico das mães no momento de maior vulnerabilidade: no puerpério e na privação de sono.
Eu era completamente neurótica com aquelas tabelas de sono. Forçava meu filho a dormir nas supostas janelas de sono mesmo que ele ainda não estivesse com o menor sinal de sono. Não saía mais de casa porque sempre batia com os horários em que ele deveria dormir. Ficava com aplicativo cronometrando a duração dos sonos e das mamadas dele, inclusive de madrugada, e enlouquecia quando ele acordava antes do esperado. Era completamente estressante para nós dois.
Tentava fazer dormir sem ser mamando porque, afinal, “peito é associação negativa de sono” né? Ver o olhar de desespero dele no meu colo chorando sem poder mamar e sem entender nada me fazia chorar junto. Eu me sentia obrigada a fazer ele passar por isso porque sofri uma lavagem cerebral e achava que o sofrimento seria para o “bem” dele.
Até que em uma determinada noite, no auge da minha privação de sono, eu peguei o meu filho do berço, fui sentar com ele na poltrona de amamentação e caí. Eu simplesmente errei onde a cadeira ficava e caí com tudo com ele no meu colo. Foi assustador. Graças a Deus ele não se machucou, mas eu fiquei cheia de dores e de culpa.
A partir daí passei a seguir meus instintos. Só eu sei como sofri no início tentando “adestrar” ele. Sim, na minha opinião o que elas tentam fazer é um adestramento dos nossos filhos.
Hoje, com a minha segunda filha é tudo infinitamente mais tranquilo. É fácil? Lógico que não, mas entender que é uma fase e que é normal torna tudo muito mais leve.
Treinamento de sono não!